Feminino

Em minha caminhada profissional e como mulher, me deparei com várias situações e gostaria de falar um pouco aqui.
Trabalhei alguns anos em uma APAE em Rio Piracicaba/MG, onde além de trabalhar com os alunos, inclusive turmas de adultos, trabalhava com os pais, e na grande maioria, as mães que iam quando eu chamava para conversar e/ou para reunião de pais.
Mulheres batalhadoras, não sabiam muito bem como lidar com o filho “diferente”, mas buscavam saber, e ouviam o que eu tinha para falar para elas.
Me chamava a atenção de como elas me pareciam sós em suas jornadas. Ainda tinha o agravante da pobreza, que sempre me soa como uma violência. Então com os filhos precisando de cuidados especiais, elas tinham que trabalhar para dar algum sustento a eles. Raramente elas se olhavam…
Em um outro momento da minha vida, trabalhei com mulheres que sofriam violência doméstica, eram tratadas como objeto e experienciavam um sofrimento profundo, que muitas vezes as levava a depressão, pânico e até doenças mais graves. Mulheres adoecidas, vulneráveis, roubadas na sua integridade, submissas a padrões impostos, muitas vezes distorcidos da própria feminilidade, onde o abandono e o auto abandono imperam, e as defesas internas não conseguem protegê-las.
Quando o feminino não é tecido, ele adoece. Uma vez inerente à mulher, precisa de voz, de ser validado, na infância por quem cuida, na fase adulta , por ela mesma e por quem a acompanha. Não vemos isso acontecer com tanta frequência e o feminino fica manco, despojado dele mesmo, envolto em panos, roupas, máscaras e artimanhas. A verdade se perde e o comum e o aceito é a falsidade. E vemos o feminino mascarado. Doído, maltrapilho, se arrastando em um mundo onde o masculino é valorizado. Então como posso me mostrar?
A delicadeza passa a ser reconhecida como fraqueza, e ninguém quer ser fraco…Chorar é piegas! E assim vamos vida a fora, cada vez nos reconhecendo menos para corresponder a demanda que nos apresenta. Vou deixando minha essência de lado, me abandonando para assumir um papel que a sociedade espera de mim. Podemos apenas ser… Inteiras onde quer que estejamos, fazendo o que for, como profissionais, nas horas de lazer, com a família, com os filhos, com o companheiro, com os amigos.
Este pequeno filme, aborda o tecer do feminino em mim. E que pode ser tecido em você também. E fala da verdade, essa que as pessoas teimam em esconder, por isso a nudez, não há nada mais verdadeiro, sem máscaras, roupagens… Honro aqui o feminino em mim. Honro o feminino em todas as mulheres que vieram antes de mim. Honro o feminino em todas as mulheres que encontrei. E honro o feminino nos homens também.
Esta é minha história, assim como acredito que seja a história de muitas mulheres. O auto resgate é um processo no qual necessitamos de ajuda. Ao mesmo tempo que, na hora da dor e do obstáculo é que vemos nossa verdadeira força. Foram vários processos de vida e terapêuticos. Primeiro, o de passar pelas intempéries da vida, sem tempo para me acolher, apenas fazer o que tem que ser feito, depois as conquistas, muitas vezes nem comemoradas, por novas situações que se apresentam, ou por cansaço e esgotamento de tudo que foi vivido e superado. E este não olhar para nós tem um preço alto: esgotamento, depressão, pânico, falta de alegria com a vida, entre outros. Como se, “de repente”, tudo ficasse cinza, por mais que eu me esforçasse, não conseguia adicionar cor… Quando nos desconectamos de nossa sabedoria feminina, acabamos por duvidar de nós mesmas. E por não acreditarmos em nós mesmas, vamos numa dança frenética de busca ao outro como reforço, e (na maioria das vezes punição), como se o outro fosse detentor da verdade. Verdade essa que é nossa, individual e sagrada! A arte me auxiliou, ao pintar meus quadros, eu dava vida e cor ao que se materializava ali na tela, elaborando alguns conteúdos, ao mesmo tempo que via que eu podia colorir a vida sim, que era possível. Alguns processos terapêuticos, contando com a sensibilidade dos terapeutas que me acolheram no que eu precisava em cada momento. São vários processos, se amar não é tão simples. Mas posso dizer que vale a pena, quando me amo, não tenho mais medo e nem vergonha de me expor, mesmo que isso traga críticas, pois consigo distinguir o que é meu do que é do outro, além de saber de mim, que posso me colocar, e me aceitar como sou, e, mesmo que o resultado não seja o esperado, a alternativa que tenho é que eu só posso melhorar, e é libertador! No vídeo a nudez foi proposital, a verdade é nua, e na maioria das vezes é bonita, só que estamos com tantos padrões de pensamentos, tantas dores, tantos talvez, tantas dúvidas, tão afastadas de nós mesmas que não vemos, nosso olhar vai para os defeitos e não para o todo e a harmonia dele. O imperfeito contém o perfeito! E é maravilhoso! .
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Para chegar nesse trabalho final que vocês assistiram acima, foram processos e processos e hoje me sinto capacitada para conduzir mulheres em seu próprio resgate, seja individual ou em grupo.
Fica aqui o convite: Você quer aprender a se amar? Ser autêntica e criativa no que faz? Resgatar aquela parte sagrada, que sempre foi negligenciada? Entre em contato, podemos fazer um belo trabalho juntas