Mulheres que Correm Com Os Lobos

Reflexão de Leitura

O projeto de reflexão de leitura, chega ao Capitulo 13 do  livro mulheres que correm com os lobos,  este  é um evento, semanal,  gratuito, 100% online e com vagas limitadas.

Neste programa, conversamos sobre cada capítulo do livro, e você pode participar conosco, contando sua história, falando sobre seus sentimentos diante de cada frase ou história.

Para participar e aconselhável, fazer a leitura do livro, mas não obrigatório.

Cada capitulo tem um tema, desta forma, você pode participar de todos os encontros ou só de alguns.

Então confira as frases que separamos para refletir a partir da historia  Marcas De Combate.

As reflexões, mas relevantes dos eventos anteriores, ficaram disponíveis em nosso canal no YouTube.

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Capitulo-13 Marcas De Combate

A Participação no Clã Das Cicatrizes

A Mulher Dos Cabelos De Ouro

Era uma vez uma mulher lindíssima, mas muito estranha, de longos cabelos
dourados, finos como fios de ouro. Ela era pobre e não tinha nem pai nem mãe.
Morava sozinha no bosque e tecia num tear feito de galhos de nogueira-preta. Um
brutamontes, que era filho do carvoeiro, tentou forçá-la a se casar com ele, e ela,
numa tentativa para se livrar dele, lhe deu uma mecha de cabelos dourados.
Ele, no entanto, não sabia ou não se importou em saber se o ouro que ela lhe
dera tinha valor monetário ou espiritual. Assim, quando ele tentou trocar o cabelo
por mercadorias no mercado, as pessoas zombaram dele e o consideraram louco.
Furioso, ele voltou à noite à cabana da mulher, matou-a com suas próprias
mãos e enterrou o corpo junto ao rio. Por muito tempo, ninguém notou sua ausência.
Ninguém perguntava por sua casa, nem por sua saúde. Na sua cova, porém, os
cabelos dourados não paravam de crescer. A linda cabeleira abriu o solo negro para
subir em curvas e espirais e foi crescendo cada vez mais, em arcos e volteios,
crescendo até que sua cova se cobrisse de ondulantes juncos dourados.
Uns pastores cortaram os juncos anelados para fazer flautas e, quando foram
tocá-las, as flautinhas começaram a cantar sem parar,

Aqui jaz a mulher dos cabelos dourados
assassinada e enterrada, morta pelo filho do carvoeiro
porque tinha vontade de viver.

E foi assim que o homem que havia tirado a vida da mulher dos cabelos
dourados foi descoberto e levado à justiça para que quem vive nos bosques selvagens
do mundo, como nós vivemos, pudesse mais uma vez estar em segurança.

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Pegando uma carona no livro, separamos algumas frase do 13º capitulo.

para que você, possa participar desta viagem de reflexão.

As lágrimas são um rio que nos leva a algum lugar. O choro forma um rio em
volta do barco que carrega a vida da alma. As lágrimas erguem seu barco das pedras,
soltam-no do chão seco, carregam-no para um lugar novo, um lugar melhor. Pág 420

Todas as mulheres têm histórias pessoais tão abrangentes e poderosas quanto a força espiritual existente nos contos de fadas. Existe, no entanto, um tipo singular de história que está relacionado aos segredos da mulher, especialmente àqueles associados à vergonha.

Para a maioria das mulheres, essas histórias estão incrustadas, não como pedras preciosas numa coroa, mas como cascalho negro
na pele da alma. Pág. 420

Os segredos como assassinos.

Página 420 à 423

Quer o segredo de uma mulher esteja encoberto por um silêncio imposto por ela mesma, quer ela tenha sofrido ameaças por parte de alguém mais poderoso do que ela, seu medo profundo é o da privação dos seus direitos, de ser considerada indesejável, da destruição dos relacionamentos que são importantes para ela e às vezes até mesmo da violência física, se ela revelar o segredo 

O problema dos segredos envoltos em vergonha está no fato de eles isolarem a mulher da sua natureza instintiva, que essencialmente é livre e alegre. Quando existe um segredo atroz na psique, a mulher não consegue nem chegar perto dele e na realidade, por defesa, evita entrar em contato com qualquer coisa que a lembre desse segredo ou que faça com que sua dor crônica se intensifique. 

Essa manobra defensiva é comum e, como nos efeitos retardados dos traumas, influencia secretamente a mulher naquilo que ela irá ou não realizar no mundo objetivo.

As mulheres foram advertidas de que certos acontecimentos, certas opções e circunstâncias na sua vida, geralmente relacionados ao sexo, ao amor, ao dinheiro, à violência e/ou a outras dificuldades comuns à condição humana, são de natureza extremamente vergonhosa, não merecendo nenhum tipo de absolvição. Isso não é verdade.

Qualquer pessoa que tenha guardado um segredo em detrimento de si mesma viu-se soterrada pela vergonha.

modo de reverter um drama trágico num drama heroico está em revelar o segredo, em falar a respeito dele com alguém, em escrever um outro final, em examinar nosso papel nele e quais as nossas qualidades ao suportá-lo. Esse aprendizado compõe-se em partes iguais de dor e prudência. O fato de se ter passado por tudo isso é uma vitória do espírito profundo e selvagem.

 

No arquétipo do segredo, é lançado sobre a psique da mulher uma espécie de encantamento, como uma rede escura, e ela é encorajada a acreditar que o segredo não deve jamais ser revelado. Além do mais, ela deve acreditar que, se o revelar, todas
as pessoas decentes que por acaso a encontrarem irão insultá-la para todo o sempre. Essa ameaça a mais, além da própria vergonha secreta, faz com que a mulher se submeta não a uma, mas a duas cargas.

A Zona Morta

 Página 423- 424

A Mulher Selvagem tem consciência dos fardos obscuros que a mente da mulher carrega bem amarrados com cordas e faixas. Esses espaços na mente da mulher não são sensíveis à luz ou à graça,
de tão cobertos que estão. E é claro que, já que a psique é extremamente compensatória, o segredo irá de qualquer jeito descobrir uma forma de sair, se não for em palavras concretas então sob a forma de melancolias repentinas, de acessos de fúria intermitentes e misteriosos, de todos os tipos de dores, esforços e tiques físicos, conversas inacabadas que terminam de repente e sem explicação e súbitas reações estranhas a filmes e até mesmo a comerciais de televisão.

A Mulher Dos Cabelos De Ouro

Página 426 à 428

Nessa história, o assassinato da mulher que mora lá na floresta é o segredo. Ela representa uma kore, o aspecto da mulher-que-não-quer-se-casar da psique feminina. A parte da mulher que deseja ficar só consigo mesma é mística e solitária num sentido positivo e se dedica a escolher e criar idéias, pensamentos e iniciativas.

Entretanto, parte do milagre da psique selvagem reside no fato de que, não importa a profundidade da “morte” da mulher, não importa a extensão dos danos, sua vida psíquica continua e surge a céu aberto, onde em circunstâncias de grande emoção ela acabará saindo sob a forma de canção. É então que o mal perpetrado é percebido pelo consciente, e a psique começa sua recuperação.

Os segredos vergonhosos fazem com que a pessoa viva atormentada. Ela não consegue dormir, pois um segredo humilhante é como um cruel arame farpado que se engancha no seu ventre quando
ela tenta sair correndo.

 

os segredos da vergonha são muito diferentes, tão diferentes quanto uma medalha adornada com fitas e uma faca ensangüentada. Esta última precisa ser trazida à superfície, testemunhada por pessoas compassivas sob condições generosas. Quando a mulher guarda um segredo vergonhoso, é apavorante ver a enorme quantidade de culpa e de
tortura que ela impõe a si mesma. Toda a culpa e a tortura que ameaçavam se abater sobre a mulher se ela contar o segredo acaba se abatendo do mesmo jeito, apesar de ela não o ter revelado a ninguém. Tudo a ataca de dentro.

Página 430 à 432

Quando a mulher guarda um segredo vergonhoso, é apavorante ver a enorme quantidade de culpa e de tortura que ela impõe a si mesma. Toda a culpa e a tortura que ameaçavam se abater
sobre a mulher se ela contar o segredo acaba se abatendo do mesmo jeito, apesar de ela não o ter revelado a ninguém. Tudo a ataca de dentro.

Os segredos da vergonha são destrutivos não só da saúde mental da mulher mas também dos seus vínculos com a Mulher Selvagem. A Mulher
Selvagem escava as coisas, joga-as para o alto, corre atrás delas. Ela não enterra e esquece. Se por acaso enterrar, ela se lembra do que foi enterrado e do local, e não passará muito tempo até que ela o desenterre de volta.

A repressão de temas secretos cercada de vergonha, medo, raiva, culpa ou humilhação acaba por isolar todas as outras partes do inconsciente que se encontram perto do local do segredo. É como aplicar uma anestesia, digamos, no tornozelo de uma pessoa para fazer uma cirurgia. Uma boa parte da perna acima e abaixo do tornozelo também é afetada pela anestesia, não apresentando mais sensação. É assim que a guarda de um segredo funciona na psique.

A proibição universal de se lavar a roupa suja em público é irônica porque geralmente a “roupa suja” também nunca chega a ser lavada no seio da família. Lá embaixo no canto mais escuro do porão, a “roupa suja” da família simplesmente fica ali jogada, dura com seu segredo para sempre. A insistência em se manter segredo é um veneno.

Nada de “precisamos tentar nos ocupar para não ficar repisando essas coisas”. Não, se a colega, a família, a comunidade de uma mulher são solidárias na dor pela morte da mulher dos cabelos dourados, todas terão de acompanhar o cortejo fúnebre. Todas terão de chorar junto ao túmulo. Ninguém vai conseguir se desvencilhar disso, e será muito duro para todas.

A Mulher Selvagem nos abraçará enquanto estivermos chorando. Ela é o Self instintivo. Ela consegue suportar nossos gritos, nossos uivos, nosso desejo de morrer sem morrer. Ela sabe aplicar os melhores remédios nos piores lugares. Ela ficará sussurrando e murmurando nos nossos ouvidos. Ela sentirá dor pela nossa dor. Ela a suportará. Não fugirá. Embora haja cicatrizes inúmeras, é bom lembrar que, em
termos de resistência à tração e capacidade de absorver pressão, uma cicatriz é mais forte do que a pele.

O Capote Expiatório

Página 432 – 433

Um capote expiatório é um casaco que descreve em detalhes, pintados ou escritos e com todo tipo de coisas costuradas ou pregadas nele, os insultos que a mulher sofreu na sua vida, todas as ofensas, calúnias, traumas, feridas, cicatrizes. É a sua afirmação da experiência da mulher de ser transformada em bode expiatório.

 Às vezes, também os chamamos de mantos de combate pois eles são prova da resistência, das derrotas e das vitórias das mulheres como indivíduos e das suas parentas.

Será que você consegue criar o seu?

Algumas questões que podem ajudar em sua reflexão.

A cada semana, temos a alegria de prosseguir em nossa jornada.

Nós permitindo parar e refletir com você.

cada capitulo do livro apresenta infinitas possibilidades, para o crescimento individual e coletivo.

Permita-se vivenciar este momento de autodescoberta e despertar da consciência.

Para saber mais, faça parte dos nossos seguidores. 

Encontre o resumo das capítulos anteriores,

“Projeto”

“Cadastro”

“introdução” 

 ” La-Loba”

O Barba-Azul” 

“Vasalisa”   

“Manawee”

“Mulher Esqueleto”

Patinho Feio”

“O Corpo Jubiloso”

“Sapatinho Vermelho

“Pele de Foca”

” As águas claras”

” As Deusas Sujas”

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